Carta ao megalomaníaco dentro de mim
Teu ossos não são de platina
E nem tentes dobrar esse fato
Tua cova não é monumento
E você, não é ninguém por dentro
Não passas de um rato
Só sobra seus restos
Tão comuns quanto o solo
Talvez até mais imundos
Você é o último dos mortos
Mortos-vivos
Que se mantêm cativos
Do vazio
A dor é tua antiga companheira
O amor, só lembrança ligeira
Da vida, soltaste a coleira
Agora você é o que é
Decompondo-se à sua maneira
Só a sobra de um vivo
Um vivo que só sobra
A sombra de um homem
Um homem que vive à sombra
Do que é sentir de verdade.