Carta ao megalomaníaco dentro de mim

Teu ossos não são de platina

E nem tentes dobrar esse fato

Tua cova não é monumento

E você, não é ninguém por dentro

Não passas de um rato

Só sobra seus restos

Tão comuns quanto o solo

Talvez até mais imundos

Você é o último dos mortos

Mortos-vivos

Que se mantêm cativos

Do vazio

A dor é tua antiga companheira

O amor, só lembrança ligeira

Da vida, soltaste a coleira

Agora você é o que é

Decompondo-se à sua maneira

Só a sobra de um vivo

Um vivo que só sobra

A sombra de um homem

Um homem que vive à sombra

Do que é sentir de verdade.

PPFL
Enviado por PPFL em 01/11/2016
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