A PALAVRA ADEUS

Sei do mormaço que perdura,
Do cansaço, da quase loucura.

Sei do enlatado desespero,
Do embate íntimo, do entrevero.

Sei do pretensioso querer,
Voar sem asas ter.

Sei que o real contrapõe a fantasia,
Que são porosas as dobras dos dias.

Sei do ritmo do vento,
Dos versos perdidos no filamento.

Sei do conectivo,
Da capacidade do adjetivo.

Sei; te amar não foi o bastante,
O durante não foi como o antes.

Sei dos seus olhos distantes dos meus,
Do peso da palavra adeus.

Sei do tempo rasgado, do labirinto,
Do sonho extinto, do estado de absinto.

Só não sei o que fazer com essa saudade,
Que me domina com absoluta majestade.