Descanso
Quando ponho meu crânio
A repousar no travesseiro
Eis que fito o pior dos males
Meu demônio passageiro
Quantos anos eu lhe encaro?
Quantos anos eu não saro?
Quantas eras ele me consome
Como se tivesse fome?
São tantas dúvidas essenciais
Que me furtam toda paz
E o sono caminha junto
Para abismo inconsequente
No qual sofro pela mente
De que é feito a ansiedade
E seus tantos outros efeitos?
Há quantos dias
Que eu sofro em inúmeros jeitos?
Só me resta
Repousar meu crânio no travesseiro
E rezar
Para que meu demônio seja de fato
Passageiro.