Melancolia

Minha intensidade,
Meu desespero...
Navalha na carne,
Meu destempero...
Melancolicamente, vez por outra,
Ainda me questiono:
Por que será que não fomos
Às últimas consequências...
Por que nunca nos amamos
Aluscinadamente à luz de velas?
Ou, jamais dançamos de rostinho colado
Ao canto mudo do luar e das estrelas?
Ah, mas sabes...
Isso jamais teria relevância
Se naquele instante,
Tivesses demonstrado que,
Como o sol, era eu,
Tudo aquilo que necessitavas...
Em um silêncio desesperado,
Eu só pedia que tu me percebesses,
Mas como, se tu nem me olhavas?
Tivestes fome sim, mas não de mim...
Tivestes sede em demasia,
Mas, sem te importares
Com o sabor da água,
Fartavas-te em qualquer fonte...
E é assim, cogitando, pensando
E perdida em desalentos,
Que vou amargando mais uma noite,
Afogando-me nas lágrimas
De meus pensamentos...
Aliesh Santos
Enviado por Aliesh Santos em 26/11/2016
Reeditado em 26/11/2016
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