OCRE

Sou o ocre densamente vazio

Lhe mistifico e me desequilibro

Corto o fio

Em suas mãos perco a direção

Regrido

Desestabilizo-me

Fico na proa de algum querer

Em seu equilíbrio me desalinho

Corto a linha tênue

Fico sem prumo

Sobrevoo o rio perene e solitário

Onde em margens opostas estamos eu e você

Rosa Sousa
Enviado por Rosa Sousa em 01/12/2016
Reeditado em 04/09/2017
Código do texto: T5840675
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