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Hoje pensei na morte

Morte amiga

Morte inimiga

Morte que brinca com a vida

Fiquei pensando em você sabia?

O que faz?

Onde vive?

Como seria a vida ao teu lado?

Namorar com a morte

Amar a morte

Casar com a morte

Um jeito único de admirar a amante vida

Poderia eu lhe trair?

Como faço agora?

Entre as bebidas?

Perdoe-me

Perdoe meu cansaço

Perdoe meu monotonismo

Perdoe meu ativismo eterno

Perdoe-me por não saber viver a morte

Entre a blasfêmia da paranóia

E marcando encontros como você durante a vida

Cansei de ti

Morte frágil

Sem gosto

Prefiro a vida

Ela é mais linda

Mais aquecida

Trás um gosto de amanhecer

Você morte fraca só me faz perecer

Desculpe por tudo isso

Jamais pensei que iria lhe ferir

Mas tu me trai com almas por ai

Rouba delas o que existe em mim

Morte, você não me entende como a vida

Portanto deixo meu adeus de partida

Temporária deprimida

Desolada ofendida

Tuas brigas

Por ti não irei rezar

Por ti não irei chorar

Pois em vida

Faço-me melhor

Pois quando chegar a hora

Em teu colo

Restará apenas minhas migalhas

Matheus Augusto Buarque
Enviado por Matheus Augusto Buarque em 15/12/2016
Reeditado em 26/10/2017
Código do texto: T5853663
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