SABOR DE PRANTO, SABOR DE NADA





O único orvalho da noite nesta terra árida,
São as pesadas lágrimas que desabam pelas minhas faces.
A única brisa do amanhecer, não é nada mais que o vento
Que me traz saudade, levando o meu soluçar
Sem eco, a minha tristeza, às vezes camuflada...

Minhas companhias, as únicas que jamais me abandonam,
A solidão, silenciosamente de mãos dadas com a inspiração;
Junto delas, posso ser eu mesma, dizer tudo que sinto,
Falar das desilusões e frustrações pela vida a fora,
Sabendo que elas me ouvem, me entendem e não me recriminam.

Silenciosas, me escutam e não se cansam da permissão
Que me dá direito de desabar, quando o peito já não suporta,
Dando vazão a que o pranto transforme-se em lágrimas,
Deixando um sabor de angústia, um sabor tão amargo,
Feito o cálice de fel que até Jesus, mesmo com sede rejeitou.
Um sabor de pranto, sabor de absolutamente nada.
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Este texto não é atual, felizmente.