FUNDO DO POÇO

Não estou em mim .
Dispersas solidões ,
espaços imensos ,
casas , janelas , jardins ...

e os poços cartesianos
onde sobem e descem
os baldes cheios de fel ,
trazem a ausência maldita
que singra por minhas veias ,
desmerecendo o respirar .

Venoso coração proscrito ,
nenhum escrito te salva !

Entrego-me morto ,
o corpo torto ,
o luto nosso .
Fundo do poço .
Amor que não posso ...




GIANLUCA GARBATTI
Enviado por GIANLUCA GARBATTI em 06/08/2007
Reeditado em 13/07/2013
Código do texto: T595179
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