OSCILANDO ENTRE O PARAÍSO E O INFERNO

De novo o inferno bate à porta

Que antes era paraíso

Ele chega sem avisar

E arrasta tudo para seu caos

Queima a alma

Entorpece tudo

E as cores vivas de outrora secam acinzentadas

Nesse mundo de cores desbotadas

A única coisa que se mantém viva é a dor

A dor que grita, paralisa e cega

A única chance de sair de lá é caindo

Caindo nos braços frios de quem tem o poder

De te libertar de tudo e do mundo

Só seu beijo frio liberta

Por isso muitos de nós a escolhemos

O que é um segundo de dor frente a dor sem fim?

Não existe mesmo vitórias sem dor...

O paraíso se desfez , virou cinza

Pobre paraíso líquido

Satânico inferno concreto

Feito de labirintos incontáveis

Nenhum novelo há

O fio da meada se perdeu na noite dos tempos

No presente só existe o suplício

A doída agonia que faz da vida

Uma eterna noite dos desesperados

E o paraíso se perdeu nas brumas do inferno

Feito Prometeu acorrentado as almas são torturadas

É a dor sem fim, a dor da alma ferida

A dor que fecha todas as saídas

E deixa apenas aquela doida e doída agonia

Que se transforma em desespero

E numa espiral sem fim ela te joga

Muitas vezes não se faz mais nada, a não ser

Tentar fugir do inferno pela única via

A última solução, aquela que te liberta de tudo

Quem sabe assim, pode-se ir para o paraíso

E dormir o sono eterno sem medo.

Carla Neumann
Enviado por Carla Neumann em 28/03/2017
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