AGORA

Perdeu o tempo, a hora,
Perdeu a luz da aurora,
O voo da gaivota,
Perdeu a rota,
Perdeu, pela loucura, o tesão,
Cedeu ao eu absorto,
Aos fragmentos de um poema roto,
Se recolheu ao “porto solidão”,
À condição insignificante.
Outrora, uma intrépida navegante,
Uma irmã da liberdade,
Agora, rotina, obscuridade,
Uma menina sem contos de fada,
Agora, uma alma desalada,
Um pretérito imperfeito.
...E nada muda esse sólito jeito.