ALZHEIMER.
ALZHEIMER.
Diante das memórias é tão difícil esquecer quem tu és
As lembranças trazem-nos à vida, remete às saudades
Os momentos lúdicos e de extrema relevância
O nascimento, a morte, o conhecimento adquirido
E a trajetória dos amores passados por tua vida.
Esse cérebro e seus liames em curto dão-me pontapés!
Essa simbiose de ser ou não ser nos depõem das necessidades
Que engrenagem louca nos leva à pré-história, à ignorância
Que memórias me fazem desconhecer um ente querido?!
A dor de conquistar a alienação deu-me uma mordida
E ela é tão pura de veneno que me antolha o esquecimento
A obediência de acordar lembrando que está olvidado.
Meia-noite é sempre meio-dia no olhar vazio,...
Roto conjunto é nossa vil estrutura, frágil humana mecânica
Que carece de ciência, de alguma mágica de deuses nascituros.
Dessa boca onde as palavras fluem sem sentimento
Há muita tristeza pelo corpo tê-lo mantido acordado
Em cada reentrância seus neurônios são jogados num rio
E sem dó, todo orgulho e ambição são reduzidos a matéria botânica.
A felicidade veio a trazer-me seus dias mais escuros.
Sui generis são meus átomos de pensamentos vívidos
Todo adeus sempre foi livre para voltar às minhas lágrimas
Essa luz que acende meus órgãos mais desenvolvidos
Agora pétrea é a crueldade da morbidez dos sentidos.
Dê-me o seu beijo mais gostoso, dele,... As visitas serão as últimas.
CHICO DE ARRUDA.