ENTAO, EU CANTO...

Canto para disfarçar,

para que me imaginem

alegre, realizada, feliz...

Canto, quando o momento pede

para não chorar,

para ninar a vida,

disfarçar as frustrações os desenganos

que são tantos!

Canto, para transformar o pranto

que por tantas vezes

me sufoca o peito que soluça...

porque a tristeza insiste

em comandar a solidão

que às vezes dói...

Canto a saudade que sem idade

se exterioriza e se multiplica,

machucando-me o coração.

Eu canto pra ninar o sono

que se esquece de adormecer,

tornando as noites longas,

repletas de pensamentos

e recordações, que às vezes

só maltrata e não transforma a vida.

Canto, porque se o rosto é meu

e o sorriso é do próximo...

Então, eu canto.