A REVOLTA DAS CINZAS [02]
Minha alma tão lenhosa,
Minha chama viva e oleosa,
Ai! ardia lunares da fumaça penosa,
presa ao chão braçal arenosa.
Virei cinzeiro e unção suavíssima,
Sem vida, coração carregadissima.
Tornei-me luto fugaz e ferocíssima,
Tanto em cantos da alma crudelíssima
[ o regresso das lenhas soterradas]
lenha içada ao ar e chama vital,
Pele de gazela escaldante ao quintal,
lá vão, vindas em cânticos louvores,
aquecendo o calcanhar das cores
Do ritual, cirandas e sinfonias
que ouvem a vir, a reluzir, sintonias
imortais da lenha, palco das etnias
sem cor, nem raça, mas sim das crias históricas ao mundo das glorias.
In almas das cinzas [extendida]
Baseada em cultura Moz.
By Calvino, at 01:41 AM