Minha luz quebrada

Quando dei por mim o Sol se punha

Com a Saudade, fiquei desatenta.

A Vida é testemunha

Do meu calar, desta memória sonolenta.

Não sei, o que é feito de mim!?

Ouvi rumor trazido pela ventania

Que na estrada, já lá bem no fim!?

Uma silhueta imprecisa se via.

Raio a raio vai-se o Sol a diluir

Cansei de remar contra maré e até de lembrar

Perdi agilidade tropeço ao seguir

Repouso agora na inquietação

Nus trago o olhar e o coração

Apenas os sonhos continuo a desabotoar.

Já se fecha o dia, minha luz quebrada

Os pássaros regressam ao ninho com saudade

Eu sinto-me nesta viragem mutilada

E aos meus dedos vai faltando vontade.

Da terra o cheiro a natureza gesta

Em mim a estranheza de mais um dia passado

Balançam as folhas a que o vento faz festas

E eu sou a menina sonhadora,

Num sonho encantado,

Já da Vida perdedora...

Iacoe Michaela
Enviado por Iacoe Michaela em 08/02/2018
Reeditado em 14/02/2019
Código do texto: T6248799
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