Para uma bailarina de caixinha de música

Deixei meu amor rosa-flor fincada sobre a pedra

E sob um sol tímido dos olhos, abri minhas mãos

Dobrei a esquina, caminhei entre o discurso e o silêncio

Atravessei, buscando talvez uma parte que não existe

Mas ainda há de ficar as "canções"

A poesia não vivida,

O trecho não escrito,

A prosa não falada.

As lembranças,

Que serão fincadas como rosas sobre a pedra

Adeus a bailarina da caixinha de música

Adeus a pele clara, como Silene

Adeus ao suspiro do tempo

Ao suspiro inconformado de amores, de dores

Adeus, aos cabelos de ondas de mar, as ondas negras qual a uma última noite sem estrelas

Adeus a essa coisas que as vezes chamamos de amor

Adeus ao desejo contido,

Ao murmurar em silêncio

Adeus ao improvável, ao reverso da escrita

Adeus a poesia demorada, tragada, socorrida..., e ao contentamento implorado pelo último adeus.

Ney D Cordovil
Enviado por Ney D Cordovil em 19/02/2018
Código do texto: T6258322
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