DESALENTO

que dedos de bruma

vão tecendo a hora de coisa nenhuma?

nas pausas da tarde

que mistério chora que espantalho arde?

de lábios de espuma

que mar me devora que noite me invade?

entre o verso e a rosa

o que a alma ignora me roubou a tarde?

de que lado sopra o vento?

qual a estrada errada?

onde ir buscar o alento para encorajar o nada?

pouco ou muito sentimento

não responde a esta chamada

da vida desencontrada

dos espantos de momento

vai-se o tempo, vai-se o vento

fica a estrada inacabada

e uma forte dor alastra

que me rói o pensamento.

quatro folhas
Enviado por quatro folhas em 01/09/2007
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