Ao céu que desabou...
(Sugestão de música para ouvir durante a leitura: Pra não dizer que não falei das flores - and secret music: Sanvean).
Dia duradouro, que prolonga à mim as perdas e a outros, não,
acredite se puder e se quiser, o céu custa pouco para desabar-se...
É fugido o sentimento de perda, mas nunca, o de imensidão.
É preciso creditar, manter a crença, a fé e o altar,
é preciso continuar, pois o céu desaba e tu, a caminhar...
Foges de ti companheiro, foges de ti, pois a tragédia do fim é implacável e nunca será em vão.
As estrelas somem lentamente, somem e não voltam mais,
depois de mortas, enfim, só a doce ilusão do brilho em meu olhar...
É preciso saber sentir esta dor, a dor de ver a estrela despencar,
Vê-la fugir do céu e para os meus sonhos, caminhar...
Os passos ficam firmes na areia, poeira, poeira...
Sobe para os céus estrela infinita!
Lá à ti, hão de lhe amar como um irmão...
Rasga-me por dentro dor imensa!
Leva-me tudo, só não leva a razão de meu viver!
Ainda estou crescendo e, agora, tenho medo de crescer!
Sou mais vento do que furacão,
mais perfume que as rosas do meu chão,
mais imenso que o vazio do coração,
cheio de palavras que da minha boca, voarão!
A noite está nublada, mais cinza do que negra,
a escuridão não me assusta mais e sim, a dor de uma perda...
Terei que aprender a superar, resistir e continuar,
mas não desta vez...
Vou-me junto em pedaços, sobrará os restos, juntarão-me só os cacos...
(...)