EFÊMERA

Enclausurei a alegria de ficar junto a mim

Desaprendi a escrita e odiei a literatura

Fiz do poeta mais que louco

Que alegre, mesmo um pouco

Sorria, cantava, encantava... me enganava.

Levei-o ao cárcere com barbitúricos

Pra que aprendesse a dizer o que é

Que não me engane nem um instante

Cantando a vida, cheia de graça

Se num instante tudo se afasta

A chama que se apaga, que já não dança

Que finda tudo... sem esperança!

Busquei no amor e no trabalho

No vento forte, na brisa leve

Na forte chuva, ou no orvalho

Secar as lágrimas, que insistem em brotar

Eu quis dizer e não calar

Quis possuir pra poder dar

Quis te querer, bem junto a mim.

Que vida amarga, chocha, esfarrapada

Depois que te vi ali tão pálida

Sorrias, é verdade... como quem se alivia

Chorava eu... pois era eu que te perdia.

Carmen Rubira – Agosto, 2007.

Carmen Rubira
Enviado por Carmen Rubira em 04/09/2007
Código do texto: T638929