DESPEDIDA INDIFERENTE

Não faz assim.

Não tente me enganar.

Eu conheço você, seus jeitos.

Diga, fale o que quiser,

te ouço, mas não te escuto.

Exponha seus motivos, assuntos, anseios e até lágrimas.

Teatro.

Terminou?

Façamos assim:

finjo que acredito,

finjo que te entendo

e até que te compreendo.

Nos abracemos,

sem demora,

evito seus olhares, gestos.

Beijos de despedida?

Até que dá vontade,

eles são deliciosos e doloridos...

Mas hoje não.

Lembremos! Isso aqui é um adeus,

é o o virar de mais uma página, um capítulo,

infelizmente,

qualquer.

Insensível? Talvez.

Essa é uma velha estratégia pra sofrer menos...