Pensamento Noturno II

Em meio e um céu escuro e avermelhado pelo sangue dos que sacrificaram suas vidas por grandes amores, minha alma chora pesares de grandes dores.

Muitas almas aqui passeiam entre lapídes e criptas, muitos aqui dormem seu sono eterno; entre cruzes e flores mortas estou remoendo-me e entrado cada vez mais fundo no mar de minha solidão.

Ao meu lado posso apreciar a “cidade dos mortos”, não ouço o barulho de pessoas, apenas o silencio daqueles que já não podem falar.

Os espíritos da noite estão vendo eu me afogar nos tormentos de minha alma, estou perdido num labirinto de ilusões do qual não consigo encontrar saída.

As pessoas estão a festejar enquanto, talvez alguns como eu que não conseguem fugir de sua própria prisão sem muros nem grades, apenas vivem na esperança de que a morte chegue para poderem libertar-se; ou então criam novas ilusões e esperanças, e em cima levam suas pobres vidas sem preocupar-se com o gosto amargo da desilusão que sabem que irão provar. E quando provam deste gosto amargo e estonteante vão perdendo-se aos poucos e morrem envenenados com sua própria solidão...