Campos de Monotonia
Os céus de Munch se descortinam no ocaso,
Onde o pensar se torna um tormento,
E em cada respirar se escuta um lamento,
Da boca que em silêncio exala suas últimas notas de fumaça.
Ainda embriagado pelo êxtase do esquecer,
O líquido vermelho desce a garganta,
Doce, o paladar o peito aquece,
Ainda que o gosto amargo do fel seja Ele próprio.
A valsa que se prossegue no firmamento
Traz consigo as gotas quentes de lágrimas da lua,
E camufladas, elas escorrem pelo rosto,
Escondendo o grito na noite interior.