O Dom da Vida

É sempre no meu peito aquela dor.

É sempre nas minhas dores a virada.

E é sempre no virar-se aquela angústia...

Aquela angústia das tardes de verão.

Aquela angústia dos dias que estão por vir

E da lembrança dos tantos que já se foram.

Enquanto isso fica sempre no meu peito aquela dor.

Sempre nas minhas costas aquele peso.

Aquele peso todo que a vida tem.

Afinal, qual é o peso que a vida tem?

Qual é a dor que sempre sinto no meu peito?

Seria sempre este sempre angustiar-se?

Seria este o sentimento perdido

de que a vida pesa quando sabemos pesar?

Pois faço sempre até do meu sopro algo para se querer saber.

E é então sempre que do meu saber fica aquele nada.

Márcio Jarek
Enviado por Márcio Jarek em 31/10/2005
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