Enforcado

Sou um corpo

Existindo sem alma

Refém de instintos

Deitado em posição fetal

Fingindo estar morto

Me sinto tão bem assim

E as contas vem

E o choro da criança vem

E as responsabilidades

Do emprego vem.

As coisas que nunca dão certo.

Reconheço minha pior face no espelho

Aquele que foge das coisas

Se escondendo no fundo de um copo

Se escondendo entre as pernas

De uma qualquer.

Sem vida é sem amor

eu tenho sido os dois

Mas não o suficiente pra que vocês

Possam ver.

Somente alguns cigarros

Isso é o que vocês vêm

Como um suicídio parcelado

Mas ja fazem dias que venho

Vendo meu corpo enforcado.

Insta: @poesiamarginalcwb

Leandro C Sbrissia
Enviado por Leandro C Sbrissia em 15/03/2019
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