22 - O Poeta Corrompido

Meu caro

Por que anda tão abatido?

Perdeu a maquiavelice

De viver insanamente?

Eu sei, o tempo caminha breve!

E o breve caminha a nós

De modo que um dia, leve

O vento nos leve, a sós.

Meu caro,

Todo vivo vai morrer.

Essa pressa é o que te impede

De correr...

O luxo é tão efêmero

Cuidado, soldado do barro!

A confiança é um tiro

No escuro da vida...

O coiote às vezes finge desistir.

Meu raro, a relva apanha,

A selva sangra.

Por que anda tão viciado?

Morrendo deitado e moendo feridas...

O martírio é o que te gasta nessa lida.

A raiva passa, o rancor passa

O ódio passa quando passa a tempestade.

(Do livro "Fábrica Lírica")

Holofote Cerebral
Enviado por Holofote Cerebral em 07/06/2019
Código do texto: T6666979
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