POEMA DA DESPEDIDA.

Eu queria saber tudo, mas, o bem da verdade é que não sei de nada,

Sou então esse nada desejando desesperadamente tudo o tempo todo,

Eu queria ser como aqueles sábios chineses sempre com palavras acertadas e prontas,

O que sou se não uma mero tolo que pensa ser um sábio quando na verdade não sou.

O meu coração há muito já partiu sem avisos prévios e nem cerimônias anunciadas,

Sem dizer da minha alma cansada e há muito esquecida no cárcere das górgonas,

As vezes penso que amar é mesmo coisa para pessoas insanas cheia de versos na cabeça,

As vezes penso que cada poeta é um prisioneiro de seus próprios medos e quimeras.

Neste momento necessito de um quarto escuro e um silêncio absoluto,

E o tempo todo eu vou buscar pelo meu pedaço de nada neste ermo escuro,

Minha dor assemelha-se às águas de um rio furioso correndo sem direção.

Venha minha flor de açucena ver o sol se pôr neste fim de tarde melancólico,

Venha meu amor e veja que há um pássaro na gaiola do meu peito que deseja sair,

Venha meu anjo ledo ver esse nosso último luar rodeado de estrelas bailarinas.

Tiago Macedo Pena
Enviado por Tiago Macedo Pena em 24/02/2020
Código do texto: T6872948
Classificação de conteúdo: seguro