OUTRO DIA

Vaga sozinho,

Como sempre viveu,

Como sempre escolheu e,

Não se sabe, morreu.

Divaga sobre coisas, pessoas,

De ontem, de hoje

E de um futuro

Que não tem esperança de conhecer.

Vira-latas acompanham sua caminhada

Com o olhar condescendente

De quem reconhece maior sofrimento

Em seu par.

A brisa gélida queima seus pulmões,

A calmaria da madrugada o enerva,

Enquanto o silêncio das ruas

Grita violentamente em suas irises.

Sofre pela magia nunca experimentada,

O suplício da realidade.

O amor que carrega e mira,

Sem alvo claro.

Ébrio de amargura, cambaleia.

Inundado de autopiedade, cai.

Embevecido pelo amor, rasteja.

E finalmente, doente de orgulho, levanta-se!

Gustavo Marinho
Enviado por Gustavo Marinho em 10/05/2020
Reeditado em 26/05/2023
Código do texto: T6943298
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