MINHA JANELA SEM FLORES

Lembro dela com saudades, flores perfumadas como enfeites,

E quando o dia amanhecia, os pássaros cantavam alegremente,

Num despertar quando o Sol abrilhantava todos os horizontes,

E a natureza já dava os sinais chamando todos seus elementos.

As árvores adormecidas despertavam todas suas vitalidades,

E das folhas gotas de orvalho pingavam como se fossem joias,

Aos poucos mostrando suas belezas que os raios do sol coloriam,

Até que iam sumindo pelo calor que aos poucos se aceleravam.

As cachoeiras despencavam das alturas se infiltrando nas pedras,

E parecendo animais sapecas que corriam pelos troncos das árvores,

Coloriam os ambientes com cores que deslumbravam os passantes,

E lindos arco-iris produziam até que iam repousar nos remansos calmos.

Eu via todos os cenários da minha janela que uma linda flor preparava,

Um amor que tinha preferências pelas cores vivas e suaves perfumes,

E isso encantava um coração apaixonado pela criatura que escolhi,

Nas andanças da vida e um dia trocamos olhares furtivos, tímidos até.

Nossos corações entraram então em sintonias para um amor florescer,

Que foi se acentuando à medida que mais e mais nos apaixonávamos,

Até que um dia minha janela amanheceu sem nenhuma flor perfumada,

E para meu desespero quem plantava as flores com Deus foi morar.

Jairo Valio - 09-12-2020