SOLIDÃO

Este seu falar nem tão manso,

Nem tão alto, que em silêncio me diz

O que sua voz se recusa a dizer,

Fala-me da solidão

Que nos aguarda...

Como se já se instalara;

E na morte do seu abandono

Também eu morro,

Na expectativa de encontrar vida

Onde sei que não mais existe

Nem viver, nem o amor de antes.

Cada silêncio seu

Envenena-me a alma,

E o que jamais ouvi dito em palavras

Ouço hoje de seu olhar distante

Indo muito além do que se pode ver,

Fazendo-me ver que já não há em você

O que ainda sobra em mim,

Mesmo diante do teu abandono.

03/2007.

Ângela M Rodrigues O P Gurgel
Enviado por Ângela M Rodrigues O P Gurgel em 29/10/2007
Reeditado em 15/12/2009
Código do texto: T714613
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