Pelas Mortificações

Surto de demência afogado na consternação,

desalento de uma convivência,

atropelo dos sentimentos indefinidos,

paranóicas desilusões da aquiescência,

obscura vereda repleta em gemidos,

caóticos e inconscientes sentidos.

Paradigmas das incursões em desilusões,

revoltas das desistências em clemências,

senilidade exponenciada em existências,

cerne mofino em dilacerantes contracções,

réstia de uma vaga modéstia,

delineada pelas ininterruptas decepções.

Ditirambos de catadupas de delírios,

boçalmente ameaçadores, devastadores,

hino da catástrofe dos anseios,

intrusivamente demolidores, arrebatadores,

caudalosos rios de injúria,

relampejos ávidos de penúria.

Estrépitos clamores de sobrevivências,

refluxos dos pavores das condolências,

silhuetas flutuantes da decadência,

semblantes atrozes da malevolência,

inábil vontade da ressurreição,

impiedosa presença da mortificação.

Bruno Miguel Resende
Enviado por Bruno Miguel Resende em 02/11/2007
Código do texto: T720059