O GOSTO AMARGO DA VIDA



Não quis a vida que eu fosse
Tão feliz quanto sonhei...
Dos sonhos, ficou o doce
Bem menos que eu desejei.
Não deu-me a vida um amor
Tão grande quanto o dos sonhos,
Apenas me premiou
Com algo que tinha dono.

Onde eu, de alguma forma
Fosse menos infeliz,
Olhando a vida de fora
E que bem pouco me diz.
Meu mundo grande é pequeno,
Quase chego a sufocar,
Mau cabe tudo que penso
Melhor até me calar.

Porque um pranto doído,
Que mau o peito comporta
Quase explode em um grito,
se transformando em revolta.
Aí a incompreensão
Se apresenta como vítima,
deixando no coração
O gosto amargo da vida.