sem luz

o cheiro da borracha queimando no papel

a cada erro apagado

como se fossem decisões de uma vida passada,

regada ao desperdício do silêncio;

o sol enxergando cada manhã com olheiras

que ninguém sequer sabe que existe;

e cada suspiro dado antes de dormir

fere o peito como a primeira pedra

arremessada,

e os olhos se enchem de água

que se recusa a sair,

tão tímida e calada

e insegura à plateia,

a fazer seu estrago no camarim.

Cleber Junior
Enviado por Cleber Junior em 13/04/2023
Código do texto: T7762505
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