O eco de saudade

Na escuridão da noite, meus olhos se perdem,

Em memórias desfolhadas, onde você existia.

A dor em meu peito não se contém,

Ao recordar a partida, que tanto afligia.

Não suporto sentir o vazio que deixou,

Como um eco constante, a me assombrar.

Teu sorriso brilhante, que nunca apagou,

Hoje é uma saudade que não posso evitar.

O coração enlutado se debate em agonia,

As lágrimas rolam, profanas, pelo rosto.

Como suportar a ausência, nessa melodiosa melancolia,

Quando tudo o que resta é um vazio impreciso?

Nas noites solitárias, busco tua presença,

Nas estrelas que desprezam o tempo fugaz.

Talvez encontre em sonhos, a fagulha da existência,

Que levaste contigo, para além do cais.

Mas a saudade é traiçoeira e implacável,

E se agarra a cada respirar que dou.

Como encarar a morte e seu abraço inevitável,

Quando tudo o que mais desejo é que não partas, vou?

Enfrento a tempestade, a temeridade do adeus,

Mas por mais que tente, nunca hei de esquecer.

Pois as lembranças se entrelaçam, firmes, nos meus véus,

E se recusam a me abandonar, insistentes em prevalecer.

A falta que sinto é uma dor que dilacera,

Incapaz de cicatrizar, na eternidade do meu ser.

Porém, sei que um dia, nossos caminhos hão de se encontrar,

E juntos, lado a lado, em paz poderemos florescer.

Até lá, carrego a saudade como um poema,

Esculpindo com palavras a dor que jamais cessará.

Pois não suportar a perda é uma dura pena,

Mas sei que meu amor por ti nunca se renderá.

Raíne Gomes
Enviado por Raíne Gomes em 10/09/2023
Código do texto: T7881961
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