Você nem sabe quem eu sou

Dos olhares perplexos, furtados a cada instante

Em que vejo seu pobre semblante confuso, perdido

Derretendo por dentro das lacunas

Que outrora guardava os pequenos detalhes marcados, decorados

De uma entropia ímpar, desigual

Desnivelada pelo declive que existe

Entre o topo do seu entendimento,

E o mais baixo de minha compreensão.

Dos que ansiosamente julgam,

Os juízes ansiosos,

Que tão desconfortavelmente buscam

Por algo semelhante

A uma explicação.

Do porque, e aonde

Da motivação, e do afronte

E muitas outras etapas que residem

Na doce ignorância sobre terceiros

Que não nos devem qualquer motivação.

Ruínas de muralhas inacabáveis; interminadas,

Em fundações rasas que não doam qualquer sustentação.

Defesas prontas, preparadas

Guerras sem inimigos e armas

Ataques sem qualquer razão.

Colete os estilhaços do chão.

Grude-os em formas côncavas, sem orientação

Vista-a, celebre-a, torne-se, viva

Faça uso em qualquer ocasião

Das faces que te olham confusas

Por não lhe caber identificação.

Você

Nem sabe

Quem eu sou.

João G F Cirilo
Enviado por João G F Cirilo em 10/12/2023
Código do texto: T7951330
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