Esse poema é um erro

Ontem eu li algo sublime

Não lembro ao certo

Mas, sim, era algo sublime

Parei no tempo, li e reli de forma compulsiva

Fico tentando corrigir meus passos

Erro mais que acerto

Isso é certo

E é tão incerto acertar que me vejo errando de novo e de novo só para me provar que sou assim: um erro

Quando acerto eu sei

Não é muito

Não é pouco

É o suficiente para eu saber que não estou louco

Difícil aceitar o erro

Elogio de criança, sincero, me reduz a zero

Recomeço e me esmero, sincero, querendo acertar de novo

Mas é o erro que nasce, como a galinha põe o ovo

Um estorvo

A dor, quando me acerta, é como uma certeza incerta

Essa que me deixa de olhos molhados, dentes cerrados e o peito aperta

Queria parar naquele minuto de alegria, em que a vida se mistura à fantasia, e posso ser perfeito ao olhar de quem para sempre me amaria

Eduardo Silveira de Menezes
Enviado por Eduardo Silveira de Menezes em 11/03/2024
Reeditado em 11/03/2024
Código do texto: T8017388
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