Mal irremediável

O vento que infla meu peito

Agora assopra meu leito

Antes automático, agora perco o jeito

Cansada a dias me deito

A dispneia me deixa em nausea

Cambaleando pelo quarto que não é meu

Chamo o auxílio de quem manuseia

O rumo das minhas estações agora é teu

Meus olhos inquietos

Puxo o ar e não completo

Só vejo o chão, perdi meu teto

Minha visão uniforme, preto

Sinto uma corrida no meu interno

Em minha mente só passa o inferno

Em minha pele só sinto o inverno

E Em minhas veias Averno

O tom escarlate em minhas mãos

Me da toda a confirmação

Na profundidade de meu interno mar

Agora, em finamento de minha ação

Vejo o pesar do olhar

E escuto o último tom do meu coração