CINZA
Sempre cinza a manhã
Sempre cinza o meu humor
Cinza a pobre e suja lã
Cinza também o meu terror
Meu sarcasmo que presencia a glória alheia
Fere também a mim no casulo cinza e transparente
Assim talvez seja a lua cheia
Que se exibe mesmo decadente
A lua não tem o que sentir
E a todos culpa de sua frieza
Muitas vezes se recusa de partir
Por isso cinza é minha tristeza
Seu olhar inquisidor ainda me mata
Saiba que minha dor é produto seu
Eu te confesso amor e você desata
Então fiz o cinza com o resto que me deu