A ÚLTIMA ESTAÇÃO
Quando descarrilar trens de minhas idéias
No redemoinho das palavras
Já não terei as flores da adolescência
Nem os altos vôos da imaginação.
Viverei às expensas da sorte
Sem dominar o leme invencível do destino.
Em esporádicos instantes de contemplação
Terei a exata e nítida certeza
Que a vida é um baile efêmero
Rompendo as centelhas
dos seus iridescente sinais.
A velhice sempre esteve ao meu lado
Submersa, oculta, mascarada, calada...
Mas se revelando
Na exposição dos fios
Na ferrugem do encanamentos
Na opacidade dos faróis
No rompimento das vigas
N a aparição das vielas
Na minha mocidade
Tão doce
Tão fascinante
Tão pavoneada
Mas brevemente interrompida.