A ÚLTIMA ESTAÇÃO

Quando descarrilar trens de minhas idéias

No redemoinho das palavras

Já não terei as flores da adolescência

Nem os altos vôos da imaginação.

Viverei às expensas da sorte

Sem dominar o leme invencível do destino.

Em esporádicos instantes de contemplação

Terei a exata e nítida certeza

Que a vida é um baile efêmero

Rompendo as centelhas

dos seus iridescente sinais.

A velhice sempre esteve ao meu lado

Submersa, oculta, mascarada, calada...

Mas se revelando

Na exposição dos fios

Na ferrugem do encanamentos

Na opacidade dos faróis

No rompimento das vigas

N a aparição das vielas

Na minha mocidade

Tão doce

Tão fascinante

Tão pavoneada

Mas brevemente interrompida.

CARLOS HENRIQUE MATTOS
Enviado por CARLOS HENRIQUE MATTOS em 25/01/2008
Reeditado em 26/06/2008
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