Mata

Mata

Caminho por densa mata ainda não devastada,

Vejo que mãos predatórias não a conhecem,

Sinto acolhida mansa e a boa sombra

Embrenho-me sozinha seguindo trilha definida.

Existem pontos da mata onde emaranhado

De sua vegetação densa e sem clareiras acentuam

E o escuro se intensifica, assombra e dá medo

Àquele que não conhece...

Um forte perfume silvestre paira no ar

E me envolve, minha impressão viva deslumbra

Pela pujança e suntuosidade da selva

Que me aturdiu e amedrontou...

E a mata inteira me convidando a continuar

Num passeio onde meus olhos pousavam

Em flores exóticas, e o convite a dormitar,

Descansar sobre ramos verdes, puro frescor.

Templo venerando!

Colunas, arcos, lustres rebrilhando

E capitéis, nichos e recamos!

Ao crepúsculo tudo se torna triste

E meu coração chora, sente a dor da agonia

Vendo a mata adormecer, deserta,

Só com seus habitantes.

Marta Peres

Marta Peres
Enviado por Marta Peres em 28/01/2008
Código do texto: T836130