Mar de Solidão
Apenas sobreviver têm sido meu propósito
Tanto me acostumei a estar em baixo da superfície
Que não ver luz alguma tornou-se hábito,
E a rotina dos dias como céu escuro
Como quando se formam as tempestades...
... E está cada vez mais difícil andar nas águas
Com estas ondas quebrando-se sobre a minha cabeça...
Estou tentando encontrar o caminho de volta para a sanidade
Medo... Frio... Solidão...
Talvez um outro amor, uma outra cidade,
Talvez o coração esteja muito quebrado, e já seja tarde...
Tento ainda digerir tudo o que vivi
Tento ainda recuperar o ar que perdi
Minhas pernas ainda tremem
Sem chão, sem paredes: Foi assim que me senti...
O relógio quebrado é um conforto
E obstinadamente tento arrancar dele
O tempo que perdi...
É como se sentisse em mim um imenso mar,
e em seguida se esvaziasse o nível dele...
Melancolia, sono intenso de quem nunca adormece
Sonâmbula, apenas lustrando a prata da palavra
Minha fiel escudeira,
Que de mim saem em meus temores e amores
Assim, de qualquer maneira
Como se fosse uma grande onda, batendo contra os rochedos
E voltando para o meu mar,
Meu imenso e incrível mar de solidão...