Mar de Solidão

Apenas sobreviver têm sido meu propósito

Tanto me acostumei a estar em baixo da superfície

Que não ver luz alguma tornou-se hábito,

E a rotina dos dias como céu escuro

Como quando se formam as tempestades...

... E está cada vez mais difícil andar nas águas

Com estas ondas quebrando-se sobre a minha cabeça...

Estou tentando encontrar o caminho de volta para a sanidade

Medo... Frio... Solidão...

Talvez um outro amor, uma outra cidade,

Talvez o coração esteja muito quebrado, e já seja tarde...

Tento ainda digerir tudo o que vivi

Tento ainda recuperar o ar que perdi

Minhas pernas ainda tremem

Sem chão, sem paredes: Foi assim que me senti...

O relógio quebrado é um conforto

E obstinadamente tento arrancar dele

O tempo que perdi...

É como se sentisse em mim um imenso mar,

e em seguida se esvaziasse o nível dele...

Melancolia, sono intenso de quem nunca adormece

Sonâmbula, apenas lustrando a prata da palavra

Minha fiel escudeira,

Que de mim saem em meus temores e amores

Assim, de qualquer maneira

Como se fosse uma grande onda, batendo contra os rochedos

E voltando para o meu mar,

Meu imenso e incrível mar de solidão...

Black Pearl
Enviado por Black Pearl em 14/02/2008
Reeditado em 15/02/2008
Código do texto: T859726
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