Canção Em Meia Lágrima ou Canção de Despedida

Canção em Meia Lágrima.

Deixe-me me afogar no passado

Nessas eternas nodoas molhadas

De um pranto que jamais cessará

Enquanto eu abrir melodiosa a mesma ferida;

Deixa-me esta noite beber a ilusão

De um passado vil e inesquecido

Que ainda hostil cisma em bater em minha porta

Para matar de lágrimas quem ainda ouve...

Que lira maldita que me sufoca

Violão dedilhado a dedos de anjo...

Que solidão, que pranto sofrido

Que deveras não sai de minh’alma.

Continuo com lábios mudos a cantar...

Cantar suas canções ao vento,

“Em meio à noite ao relento”

Como se jamais esqueceria o legado.

E eu não entendo por que ainda nado...

Inerte e sufocante neste rio de lembranças

Em meio nesta tempestade desvirtuosa

Bebendo e deleitando deste vinho envenenado;

Talvez assim seja a maneira de reviver para se despedir,

Despedir com uma lágrima pranteosa de vitória

De quem lutou até o seu derradeiro e ultimo suspiro

Mas que jamais sentiu o prazer dos fins da glória.

Adeus, assim eu digo... Pois é hora de aplaudir,

Canções, prantos e poemas a fim de eternizar

Tudo o que veio da penosa alma, e coração

Compositor temente e descrente do amar.

R Duccini
Enviado por R Duccini em 26/02/2008
Reeditado em 26/02/2008
Código do texto: T876039
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