Julgado em Beurin

Não quero mais a corte

Onde vários foram julgados por erros que nunca cometeram;

Nenhum ser merece ter de encarar aqueles mesmos olhos

Que consumiam toda a realidade exposta

E conduziam as almas por caminhos obscuros que nenhum outro percorrera;

Agora percebes onde se encontra?

Estás diante de torturadores sem caráter

Modeladores da vida conforme o capital ordena,

Fabricam sonhos desmedidos e artificiais

Implantam ordens de derrocada a todos que remam em direção contrária;

Estão dispostos a devorar todos os aventureiros de bom coração

Que um dia acreditaram e lutaram por um final feliz

Por um dia a mais;

E quando se encerra a tormenta

Almas vagas são liberadas para um universo abstrato

Sem sentimentos nem emoções que possam ser palpáveis.

Ao retomar o leme dos passos

Poucos segundos bastam para fechar a mala, apertar o talismã

E sair em disparada rumo a um amanhã qualquer

Não importando onde este irá clarear;

Vale agora a busca por um novo ar pra respirar

Por novas paisagens para vislumbrar

E por uma vida lascada que ficou perdida num canto qualquer.