Trova oblíqua

Eu solfejo na tristeza

As cordas de um coração

Nas notas de uma leveza

Solta em branca partição.

O amanhã nunca chega

No bater de asas contínuas

E numa partitura cega

As claves tangem oblíquas.

E o passado que sobrou

Na melodia em que plano

Mudou de pauta e soprou

Trovas de vão desengano.