Desabafar Poético - XIV

Numa noite absolvida de respostas

Onde a sede habita os lábios

E na alma o tudo do nada encosta

Seus lamentos e sutis presságios.

O som latente dos sinos ao longe

Enquanto a euforia é espantada

Não resta esperanças na dama afagada,

Não resta inspiração na alma de poeta!

Uma saudade irreparável,

Um amor insubistituivel...

É esse ainda meu combustivel

Para escrever e reacender a chama.

Incuravel é esta doença

Que me mata e corrói em cama

Impedindo-me de sentir a vida

Enquanto ainda a tenho...

Sem vinho para acalmar o espirito.

Somente uma febre atormentando a mente.

Eu não tenho mais meu antigo fulgor,

Estou realmente senil pela minha própria dor.

Sem mar, sem pôr, sem porto,

Apenas boiando mais um corpo morto

No vazio indolente da solidão,

Envolto rijo no esquecimento sem quinhão.

R Duccini
Enviado por R Duccini em 14/04/2008
Reeditado em 24/07/2008
Código do texto: T945704