Palpitações

Lua, cantei a ti por poucas vezes

Sou tua filha desgarrada

Com o olhar sempre para casa

E as palpitações sempre incoerentes

E nestas envergadas crises, galgadas nas profundezas

Quais ninguém além de si vê, é verdade

Nossas entregas, nossos desfrutes, nossas vontades

Fui perder-me, ante a mim, sem mim mesma

Palpitações! Restam-me estas pausas intercaladas

Mergulhos apavorantes e impertinentes

Pulsações deveras tresloucadas e inerentes

A um ser absorto em emoções tão desconsoladas

Sou assim, necessidade furiosa e doce de existir

Aceleração em inércia e desproporcional

Novas identidades, novas existências. “Revolucional”

Eu me permito todas as funcionalidades do sentir!