A doce ilusão de um anjo
Então ele chegou.
E era igualzinho a mim,
simples, inconsequente,
não como tanta gente,
insolente, indiferente.
Juntos começamos a brincar.
Ele alucinadamente ria,
gritava, pulava, corria e corria,
as minhas mãos buscava
e a felicidade no fim do mundo.
Rodopiando vagabundo,
deixando escapar demente,
os gemidos que somente,
das suas emoções saia.
E mimicava uma careta,
mas, que brincadeira besta,
não havia nenhuma rasão.
E, pouco tempo depois,
de repente, calou-se aquele anjo,
acalanto ao som d'um banjo,
adormeceu como criança,
pra despertar no dia seguinte,
como se fora vinte,
e começar tudo de novo
e mostrar para aquele povo,
que tristemente vivia,
como se deve ser contente,
numa ilusão que somente,
dentro dele existia.