A escência de tudo

Atrás de todo o muro de Berlim

Ou dentro de um castelo medieval

Conserva-se um enorme universo

Infinito saco sem fundo

Sem areia, sem secura, mas deserto

Pensamentos se dissolvem como auróra boreal

Coloridos e flúidos, aleatórios

Mas pensamentos não são água para se beber

Tão longe de formar a vida

Veja só, se penso e existo

Penso que não penso nada

Mas penso, e não existo

Atrás de toda a câmara secreta

Ou embaixo do boeiro mais sujo

Pode-se encontrar um tesouro perdido

A passadeira da criança que já se foi

Uma prisilha de borboleta, um diamante

Um espírito

Corro contra o passado

Nunca encontro o futuro

O presente eu não vejo, atrás do muro

Onde eu realmente estou?

Talvez caindo infinitamente na falta de gravidade

Ou é o peso da consiência que me puxa para baixo?

E nunca chego a uma definição do que é

Do que isso é, do que sou

Vejo um gato egípsio encostado no túmulo

Guardando um morto que já fugiu de lá

Debaixo do magma da terra

Ou entre as placas de divergência

Quem estoura não é o Vulcão

Mas o sentimento de algo novo que está por vir

Quem sou eu para não acreditar

Naquilo que as pessoas chamam de planeta?

JHM
Enviado por JHM em 16/05/2009
Reeditado em 16/05/2009
Código do texto: T1597729