Pomba Gira - A Flor da Umbanda

Ela é faceira e sedutora

Mas não se engane, ela é mulher

Muitos dizem que é mulher da rua

Outros se atrevem ver quem ela é

Chega rindo, fazendo algazarra

Mas não se engane, não diz palavrão

Ela é fina, traz o perfume de rosa

E sua luz estremece até a escuridão

Vem dançando a bela que parece cigana

Ou serão as ciganas que se parecem com ela

Vem adornada com os mais ricos detalhes

Nos cabelos uma rosa vermelha ou amarela

Mas não se engane nem um pouco

Nem se atreva a pensar coisas vãns

Ela é a dona de todos o interiores

E do teu pensamento também é guardiã

Conhece cada espaço desses vácuos impróprios

Onde permanecem os desejos insanos

Se for por amor, ela o alimenta

Se por maldade, lhe induzirá ao sono

E nesse sono sugará fluídos negativos

Dos pensamentos atormentados

Se atreve ainda a chamá-la de mulher da vida?

Sabes agora um pouco do seu trabalho

E que trabalho glorioso este de guardiã

Não temer entrar em cada recinto

Onde a falta de luz não lhe é novidade

É lá que ela mais tem atendido

Quebrando as teias que na vida formamos

Quando na ilusão fugaz nos atemos

Vem ralhando pois não tem papas na língua

Te botando na linha em qualquer momento

Este é um pouquinho dessa guerreira

Que nos protege na frente, nas costas, em baixo e do lado

Desta que por muitos é tão mal vista

Desta que tem por tanto tempo nos cuidado

Meu agradecimento à minha querida e linda

Ana Padilha, Senhora Guardiã

Que me protege em todos caminhos

De tarde, de noite e de manhã

Que suas rosas benditas e cheirosas

Adentrem todos os univesos

Para que reconheçam sua força, o seu trabalho

O teu feito nesses caminhos retos

Que suas saias rodem, espantando a escuridão

Que seu riso se faça valer em alegria

Vida o Povo da Proteção

Salve todo o clã dessa linha!!!

Laroyê!!!

Auricélia Oliveira
Enviado por Auricélia Oliveira em 01/02/2010
Reeditado em 30/05/2012
Código do texto: T2063946