Oxóssi.

Vou contar a minha história,

de como eu salvei as vidas

do povo da minha terra,

sem iniciar uma guerra,

sem ter gente ferida.

Um grande pássaro alado,

maligno por natureza,

queria fazer suas presas,

todos da nação Ketú.

Deram-me uma única flecha,

eu não podia errar,

tinha como objetivo

aquele pássaro matar.

Sozinho na grande luta,

preparei-me para a batalha,

vesti roupas de couro,

guiei-me com o meu ofã.

Atirei com atenção,

acertei o meu rival,

a minha nação se salvou,

com a estocada fatal.

Aquele povo liberto,

apelidaram-me de Rei,

dando-me como tarefa,

cuidar e fazer o bem.

Na mata busco as caças,

faço também a colheita,

das plantas medicinais

que curam muitas maleitas.

Em prata e azul do céu,

fizeram a minha roupagem,

até me confundem com santos,

Jorge, Arcanjo e Sebastião.

Todo ano em Corpus Christi,

sou consagrado em procissão,

sou Oxóssi, Okê Arô!,

em sublime devoção.