OCASO DA VIDA

OCASO DA VIDA

Iran Di Valença

Pelo reflexo do espelho observo o fenecer

Da flor da vida, com as curvas murchando,

Os poros segregando azedos odores,

A força da libido do amor se esgotando,

A mente perdendo o poder de reter,

Porém, o espírito com vida eterna

Não deixa a esperança morrer.

A vida aos poucos perde sua poesia,

Sonhos se perdem na nuvem da memória,

As forças físicas se enfraquecem,

O amor do próximo envelhece,

Não é a efemeridade da vida que eu queria.

Contudo, esperança não fenece,

Não sofre os rigores do corpo carnal.

Pelo contrário, ela se engrandece.

Redimida de algumas dívidas carnais

Espera adentrar no Lar Divino

Lugar aonde o Amor do Pai aquece.

Iran Di Valencia
Enviado por Iran Di Valencia em 23/08/2010
Código do texto: T2454368