Não há pedras no caminho
Assim como as ondas que se quebram
Nas areias e rochedos; e depois voltam ao mar,
Também é a mágoa,
Que se abate sobre o nosso ser.
Às vezes ela quer nos levar, outra nos devolve à vida...
Tal qual a onda, também é o nosso coração
Que se parte em mil pedaços.
Fragmentos nossos se espalham por areias e rochedos.
Gaivotas e outras aves sobrevoam sobre nós
Fazendo sombra, sob o sol escaldante.
Porém à noite, nossa alma vaga silenciosamente
A procura de nós mesmos,
De nossos fragmentos.
É como num grande jogo de quebra-cabeça,
Uma soberana força nos une novamente,
Tendo a lua como testemunha dessa maravilha,
E a orquestra das águas, como a voz de muitas águas!
O Grande mestre começa a operar em nós
Mudanças maravilhosas...
Pelo toque suave e protetor, um fio de calor e esperança
Brotam de nosso ser.
Regenerados e agraciados por tamanha força,
Renovamo-nos ao nascer do sol.
E, quando nossas forças se restabelecem,
Olhamos para o mar,
E sentimos segurança em remar forte, contra a braveza das ondas,
Para alcançar a liberdade e a segurança,
Mesmo que as ondas se levantem novamente!
(S.Sylva)